Culto é realizado em horário de expediente na delegacia de Guarapari

10-08-2011 20:38

Um cartaz na parede do Departamento de Polícia Judiciária (DPJ) de Guarapari informa ao público que, às quartas-feiras, um culto religioso é realizado no local das 9h às 10h. A espera por atendimento gerou indignação por parte da população, na manhã desta quarta (10). Quem chegou cedo ao DPJ só foi atendido depois das 10 horas. O chefe da delegacia, Paulo Rogério Souza, afirma que o culto não interfere no atendimento.

A prestadora de serviço Lígia Maria Mourão Oliveira chegou antes das 9 horas ao DPJ de Guarapari, para tirar o documento de identidade. No entanto, só foi atendida depois das 10 horas. A revolta foi maior ao se deparar com o cartaz, dizendo que o motivo da espera seria a realização de um culto religioso.

"Fui tirar satisfação, mas disseram que era uma ordem superior. Nada contra a oração ou religião, mas por favor, faça fora do expediente", diz Lígia.

O delegado chefe do Departamento de Polícia Judiciária de Guarapari, Paulo Rogério Souza da Silva, confirmou que o culto é realizado no local semanalmente, mas, segundo ele, não interfere no atendimento à população.

"O culto tem autorização para acontecer no horário de expediente, mas não interfere no atendimento. Existe outra delegacia no centro de Guarapari que realiza plantão 24 horas", afirma.

Segundo o delegado, o atraso no atendimento desta quarta-feira se deu porque a funcionária responsável pelo setor de identidade está de férias. E a voluntária que está na função teve que ir a Vitória pela manhã, realizar outros serviços.

Lígia afirma que ligou para a ouvidoria da polícia, para reclamar, mas foi orientada a procurar a Corregedoria da Polícia Civil. "A corregedoria disse que eu teria que comparecer pessoalmente, em Vitória (que fica a aproximadamente 55 quilômetros de Guarapri), para realizar a denúncia formal. Ou seja, fico de mãos atadas", reclama.

Em nota, a Polícia Civil informou que o atendimento durante toda esta quarta-feira (10) aconteceu normalmente, e que todas as ocorrências, inclusive as do posto de identificação, foram concluídas. Segundo o delegado, caso a reclamante entenda que de alguma forma houve desvio de conduta por parte de algum servidor da unidade, pode procurá-lo pessoalmente para formalizar a reclamação ou ainda fazer a denúncia formal comparecendo à Corregedoria Geral de Polícia, em Vitória.